Os corpos em metamorfose são corpos doentes. A instalação do virus, a doença, o contágio. O horror da metamorfose, o horror do colapso das fronteiras estáveis, das identidades estáveis. Uma atmosfera de doença, conspiração ligada aos processos, instaura-se como continuum, o contágio torna-se alvo e estratégia das coletividades pensantes, que propagam seus virus pela comunicação. Seus dispositivos para a recuperação eugênica são semelhantes aos métodos de tratamento de esquizofrênicos por parte de Gisela Pankow: justamente exercícios de modelação e de desenho de corpos, de reconstrução da imagem do corpo, do reconhecimento dos limites do corpo. Os censores de televisão estabelecem uma relação de causa-efeito entre as imagens transmitidas pela televisão e as ruas. A máquina de censura é uma dinâmica de cooperação global – como eles próprios se definem – cujo lema é “sempre de olho no mundo”. Coletividades pensantes produzem quer óculos semióticos como sistemas de orientação para os mísseis teleguiados – megacorporações colaboracionistas da guerra, produzindo uma gigantesca máquina de controle das biopotências. A televisão é o espaço onde os novos poderes do controle jogam, através de painéis estimulados eletricamente, diretamente com o cérebro. Uma excrescência cerebral, um terceiro olho cresce na cabeça e que ira ser um novo órgão. O terceiro olho é conseqüência das exposições às cadeias semióticas do hipercortex do cybercérebro. Uma relação predatória com as imagens e já não uma relação de filiação.
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