A agitação política neurohacker em tempos de gangsterismo da cibernética-espetacular passa pela ativação de uma heterogeneidade expressiva na cultura eletrônica acionada por uma indisciplina do a-significante. Agitações anárquicas como agenciamento de coletivos pautados na diferença e não na identidade, no princípio de minoria e não da maioria, pois não e trata de obter quantidade de sujeitos que se juntam por compartilhar informações, mas por sincronia de singularidades pré-individuais, de diferenciações que possibilitem uma barricada em resistência às codificações. Liberar a língua das mordaças codificantes: perturbar o significante, fazer a linguagem capaz da traição dos significados num trânsito pelo Fora que leva a tensão dos limites: subversão dos ordenamentos e comandos! Comunicar signos, fusionar o imaginário com a realidade material – sinergia da cultura jamming cibernética e a dionisíaca imaginação psicodélica.
fevereiro 15, 2011
eugenia e biopotência no coração da cibernética-espetacular
Os corpos em metamorfose são corpos doentes. A instalação do virus, a doença, o contágio. O horror da metamorfose, o horror do colapso das fronteiras estáveis, das identidades estáveis. Uma atmosfera de doença, conspiração ligada aos processos, instaura-se como continuum, o contágio torna-se alvo e estratégia das coletividades pensantes, que propagam seus virus pela comunicação. Seus dispositivos para a recuperação eugênica são semelhantes aos métodos de tratamento de esquizofrênicos por parte de Gisela Pankow: justamente exercícios de modelação e de desenho de corpos, de reconstrução da imagem do corpo, do reconhecimento dos limites do corpo. Os censores de televisão estabelecem uma relação de causa-efeito entre as imagens transmitidas pela televisão e as ruas. A máquina de censura é uma dinâmica de cooperação global – como eles próprios se definem – cujo lema é “sempre de olho no mundo”. Coletividades pensantes produzem quer óculos semióticos como sistemas de orientação para os mísseis teleguiados – megacorporações colaboracionistas da guerra, produzindo uma gigantesca máquina de controle das biopotências. A televisão é o espaço onde os novos poderes do controle jogam, através de painéis estimulados eletricamente, diretamente com o cérebro. Uma excrescência cerebral, um terceiro olho cresce na cabeça e que ira ser um novo órgão. O terceiro olho é conseqüência das exposições às cadeias semióticas do hipercortex do cybercérebro. Uma relação predatória com as imagens e já não uma relação de filiação.
lógica da tele-visão
A tele-visão propõe-se a extrair diretamente as presenças sob representação, além da representação. O sistema de cores é um sistema de ação direta sobre o sistema nervoso. Ela se apodera do olho pelas cores e pelas linhas. Mas ela não trata o olho como um órgão fixo. Libertando da representação as linhas e as cores, ela liberta ao mesmo tempo o olho do seu pertencimento ao organismo, ela o liberta de seu caráter de órgão fixo e qualificado: o olho se torna virtualmente o órgão indeterminado polivalente que vê o corpo sem órgãos, ou seja, a Figura como pura presença. Subjetivamente, ela se apodera do nosso olho, que deixa de ser orgânico para se tornar órgão polivalente e transitório; objetivamente, ela põe diante de nós a realidade de um corpo, linhas e cores liberadas da representação orgânica: a pura presença do corpo será visível ao mesmo tempo que o olho será o órgão destinado a essa presença. Se instala onde o corpo escapa, mas escapando, descobre a materialidade que o compõe, a pura presença que é feito, e que não descobriria de outro modo. Ela se dirige a algo bem diferente da realidade material do corpo e dá às entidades mais espirituais um corpo desencarnado, desmaterializado.
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