A crueldade – em Artaud e Nietzsche – é uma transgressão a língua materna da razão por uma dimensão da espontaneidade e do corporal. O encerramento da representação no trágico, a crueldade da expressão ligada a desmesura dionisíaca traz a pré-linguagem dos afectos, ligadas diretamente ao apetite da vida, contra o desbotamento da experiência, numa vitalidade pós-orgânica, animista e pós-humana, pois a polpa da vida são aquelas varridas por esta vida liberada que ultrapassa a individualidade numa língua sinestésica radical e vibrante. Cabe pensar a soberania da linguagem na marcação afectiva e o desaparecimento de si e a produção desejante.
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